quarta-feira, 15 de dezembro de 2010


No início de uma nova etapa, no fim de mais um ano, começo, desde já, a fazer as retrospectivas. Contra-balanço os supostos desejos declarados no inicio e comparo com aqueles que realmente foram objectivados.

Se 2009 se revelou um ano de grandes perdas, 2010 já me proporcionou imensas conquistas...vitórias. Mas, talvez pelos momentos depressivos que me marcam o arranque desta nova etapa, não consigo preferir a visão do copo meio-cheio e insisto no copo meio vazio. Não relativizo e afundo-me, em pensamentos de outras sintonias, foco-me no que me faltaria para um ano pleno.

E é aqui que entras tu, tu, nós, nós e as saudades de tudo:

- de tudo o que fomos, de tudo o que passamos, desse teu toque forte;

-de tudo o que poderiamos ter sido, desse teu cheiro quente;

-de tudo o que imaginei que poderiamos passar

- Saudades de ti que estiveste aqui, do que passou;

- de ti, que já não podes estar aí para mim;

- de ti, que insistes em não aparecer, embora saiba que não devo insistir em procurar-te, mas faz-me falta alguém como tu, cada vez mais.

Até porque me faz falta que já não possas cumprir a tua nobre função, e que me pese, que me arrependa de sequer ousar pensar e querer que as possas e voltes a cumprir. Todo este dilema, um único desfecho…

Acresce toda esta vivência inútil, que intensifica pensamentos ruminantes, da minha incapacidade de me dar, de ouvir…tantos momentos estranhos e decadentes, num tão curto espaço de tempo… só enaltecem todos estes sentimentos de uma grande inutilidade em que a vida se tornou…

Desta fingida forma de tentar contornar esta angústia crescente… procuro vagamente que a mágoa se esvaia por entre as lentas marés…

E assim continuarei, por períodos indefinidos, ansiando que não se prolonguem nem se repercutam no inicio de novas etapas…

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