sábado, 22 de agosto de 2009

Conformismo sentido

Promessas vagas...
Respostas que tentam ser reconfortantes...
É assim que a vida segue...
Damos por nós a fazer perguntas para a qual sabemos que a resposta será a socialmente correcta e expectavel no seio de um convivio, e que, vista externamente, é algo esperançosa.
Mesmo sabendo que tudo isto acontece, fazemos a questão, o convite.
Mesmo sabendo, à priori, que os acontecimentos futuros não corresponderão, o efeito esperançoso surge...e sentimo-nos felizes... Aí, a resposta socialmente correcta assemelha-se a uma resposta tangencialmente irónica.
E a traiçoeira mente, sabendo dessas intenções, insiste em permitir esses momentos de uma felicidade sonhada e esperada... Insiste em permitir que a imaginação flua e derive dessa resposta tangencialmente certa.
E o masoquismo vai crescendo.
O mesmo masoquismo que teima em procurar respostas perigosas, ainda que necessárias... Respostas que se sabe não se querer, mas que podem significar o soprar seguro das velas para um outro rumo... Distante desta ilusão... Assim, sorrateiramente, o olhar desvia-se e um nome se avista, mais um excerto dessa mágoa...
O puzzle adquire mais uma peça, e todo um cinzento enredo se vai desenhando na mente...
Um enredo que vai subtraindo qualidade aos momentos, que vai formando um escudo...
Um grande escudo de vidro, que vai encerrando a essência deste ser, cada vez mais no seu interior...Formando um abismo para a nossa descoberta mútua, cada vez mais convidativa à tua desistência e partida para um outro alvo, porventura, mais fácil...
A minha barreira vai aumentando, sinto que te deixo vacilar para o outro alvo, enquanto me mantenho aqui, encerrada, crente nas minhas próprias promessas, nos meus próprios principios... tentando fintar o tempo, a distância, os sentimentos...
Aquele acto social expressivo, tão comum, mas que para ti tem todo o valor, vai sendo negligenciado...e a cada segundo que passa, vai-se tornando mais dificil reverter o que tem sido construido no tear do tempo... Porque aquilo que nele é tecido, não tem volta atrás... As palavras são desperdiçadas... Os momentos também...
A tua figura desvanece no meu horizonte...
Vou-me dolorosamente convençendo que aquela felicidade não habitará entre nós...
Limitar-me-ei a a olhar-te apenas como uma linda flor no campo dos meus sonhos...E ter-te-ei para sempre..
Mais um portão que se fecha...

1 comentário:

Naiol disse...

com que então muito descritivo..hmm..não achei nada, achei muito bom, muito sentido! ;)

continua a deitar esses desabafos cá para fora, gosto de ler =)

só tenho pena que a ilusão caia uma vez mais...tu mereces melhor que isso e vais ver que ainda vais encontrar aquela felicidade pura, sem ilusao! =)

beijo**=)